Mês: agosto 2015
Epidendrum denticulatum
É comum para quem desce para o litoral paulista ver nas margens das rodovias um orquídea cumprida (que parece cana) brotando da terra ou mesmo agarrada em árvores da Mata Atlântica, esta orquídea é a famosa Epidendrum denticulatum, planta que pincela pelo ar hastes de flores coroadas e rara beleza. Sua distribuição é generosa e abrange diversos ecossistemas, desde praias até mata fechada, geralmente são terrestres mas tenho um exemplar que se desenvolveu bem em um coqueiro. Tem crescimento pseudomonopodial e apresenta algumas curiosidades como o fato de produzir néctar nos pecíolos de botões florais, flores e frutos (nectáreos extraflorais), mas não em suas flores, e provavelmente “engana” seus polinizadores. (ALMEIDA, 2002). Há também uma boa interação entre esta orquídea e algumas espécies de formigas que gostam de passear pela estrutura da planta a protegendo de predadores e a auxiliando no sucesso da polinização.
No link abaixo você encontrará mais informações sobre esta interação entre planta e inseto:
Clique para acessar o 19170.pdf
Outro dado importante que o artigo trás é a identificação dos prováveis polinizadores deste tipo de epidrendum, o primeiro é uma espécie de borboleta , o Heliconius erato (Nymphalidae) e segundo é uma espécie de mariposa, o Euphyes leptosema (Hesperiidae).
É uma planta que cresce bastante e apresenta fácil cultivo, floresce mais no verão mas pode florescer em outras épocas do ano, forma grandes touceiras se plantadas na terra, espalha suas raízes por diversas direções.
Acesse estes links e saiba mais sobre cultivo e outras informações sobre Epidendrum:
http://www.delfinadearaujo.com/datacent/epcor3.htm
http://viverorquideaseideias.blogspot.com.br/2015/03/epidendrum-um-mega-genero-de-plantas.html
Sumaré do mato, cola e remédio do pantaneiro
Que orquídea pode ser alimento em formato de baunilha, enfeite e perfume (Corningiana) eu sabia, mas usada como cola e medicamento é novidade.
A orquídea Sumaré do Mato (Sumaré em tupi-guaraní significa silvestre) ou Cyrtopodium punctatum, tem esta função. Também conhecida como Bisturi-do-mato, bisturi-vegetal, cola-de-sapateiro, lanceta-milagrosa, rabo-de-tatu, sumaré-da-pedra, sumaré-do-pau, ela ajuda a curar diversas doenças.
Esta orquídea tem uma seiva que é usada pelos pantaneiros (Pantanal) como cola e também outras partes da planta como uso medicinal para curar cicatriz, tratamento de acne, furúnculo, coqueluche, tosse, previne queda de cabelo entre outros. Lembrando que como é homeopatia, não se deve abandonar o tratamento médico convencional.
É nativa do continente americano, tem hábito terrestre e epífitas e apresenta pseudobulbos carnosos, seu nome vem do grego e significa Kyrtos(curvado) e Podion (pé), é uma planta resistente ao fogo e habita matas e savanas com altitudes entre 100 e 800 m.
Leia mais em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cyrtopodium_punctatum
http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/sumare-do-mato.html#.VdNHcrJVhHw#ixzz3jBXDHzSR
http://www.tudosobreorquideas.com.br/forum/viewtopic.php?f=21&t=2758
Você pode comprar a pomada de sumaré do mato aqui:
http://www.homeopatiaalmeidaprado.com.br/?route=product/product&product_id=48
Catasetum, a penetra!!!
Em uma das minhas viagem ao Pantanal, fiquei hospedado em uma fazenda bem próxima à cidade de Corumbá, não me lembro o nome da fazenda, mas me lembro que num coqueiro havia uma touceira gigante de Catasetum, imaginem quantos anos ela devia ter? muitos!! A flor não era exatamente bonita, mas seu formato espinhoso, rústico, exótico e simples lembro que me deixou encantado.
O fato é que eu acabei conseguindo uma mudinha e trouxe-a pra Ribeirão, conseguindo cultivá-la com sucesso, Catasetuns são resistentes e querem viver!! A plantinha cresceu e por curiosidade uma de suas sementinhas foi parar no teto de madeira da garagem da minha casa e lá cresceu e se enraizou. Anos se passaram, eu me mudei de lá e fui morar em outra casa maior e com muitas árvores. Um dia vejo no alto de uma palmeira vários brotinhos de Catasetuns nascendo, uau!!! fiquei maravilhado com a quantidade, assim peguei algumas e amarrei nos coqueiros, infelizmente só uma pegou pra valer (hoje eu deixo onde está). Sai andando pelo condomínio para ver onde estava a mãe delas e depois de muito procurar ví que na casa de um vizinho lá estava ela, olha como é incrível, o vento levou as sementinhas até a minha casa e as plantinhas germinaram. Depois minha Catasetum cresceu, floriu várias vezes , criou vários bulbos e agora está hibernando.
Essa penetra veio parar na minha casa e por sorte veio morar com alguém que cuida e gosta dela. Todo ano ela flore uma flor verde espinhenta que atira políneas para que os insetos a ajudem na polinização, é um barato. Como esta orquídea é comum no Centro-Oeste brasileiro, ela se adaptou bem aqui em Ribeirão Preto, cidade com clima quente e invernos secos, e como sempre eu trago para vocês alguns links que trarão mais informações sobre esta guerreira.
Informações sobre a espécie:
Nome popular: Orquídeas catasetum – catassetos
A catasetum é uma das várias orquídeas endêmicas das matas ciliares do Centro Oeste brasileiro.
A família Catasetum é bastante diversificada:
– Catasetum fimbriatum,
-Catasetum pileatum,
-Catasetum Cernuum,
– Catasetum barbatum,
– Catasetum macrocarpum, entre outras.
Curiosidades:
- Apresentam por volta de 170 espécies desde o México até a Argentina e aproximadamente 100 espécies no Brasil.
- Apresenta cores discretas, mas com rara beleza.
- Propagação feita geralmente por sementes, dispersas pelo vento. ou, através de seus pseudo bulbos, quando destacado da planta matriz e, amarrados em troncos de árvores, brotam, formando novas plantas.
- Suas flores apresentam gatilhos que disparam políneas aos serem tocados por insetos polinizadores que cumprirão o papel de polinizar outras flores, ajudando a reprodução da orquídea Catasetum (genial!!!).
- Encontram boa morada em coqueiros e palmeiras.
- Passa por um período de hibernação em que todas suas folhas caem.
- As flores do Catasetum fimbriatum podem ser masculinas, femininas ou mistas.
- A Eufriesea violacea é uma abelhinha que poliniza diversos tipos de Catasetuns.
Dicas de cultivo:
http://www.fazfacil.com.br/jardim/orquidea-catasetum/
http://www.orquideasdemairipora.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=85&Itemid=81
Mais informações:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Catasetum
http://www.delfinadearaujo.com/on/on40/Catasetum_Sergio_Queiroz/ctsm_sergio-queiroz.htm
http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=619
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eufriesea_violacea
Vídeo:
A brasileirinha Pseudolaelia corcovadensis
Pertencente ao um gênero pequeno porém não menos importante (Laeliniae), a Pseudolaelia corcovadensis floresce nas florestas cravadas na cidade do Rio de Janeiro, tem um nome sugestivo porque foi encontrada pela primeira vez no Morro do Corcovado.
As Pseudolaelias tem atualmente 12 espécies conhecidas e todas endêmicas do Brasil
Não são muito vistas em coleções particulares, gostam de clima mais frio e boa exposição ao Sol e bastante umidade já que são encontradas nas serras cariocas bem próximas à nuvens.
No link abaixo você encontrará informações completas sobre várias espécies deste gênero:
Livro: 100 orquídeas Argentinas (e brasileiras!)
Apaixonados, sabemos que as orquídeas não se importam com fronteiras, por isso vou postar aqui um livro bem interessante que descreve detalhadamente diversos tipos de orquídeas que podem ser encontradas tanto no Brasil como na Argentina. O livro está escrito em espanhol mas é bem fácil lê-lo. Há alguns dados muito importantes como descrição da planta, ambiente, floração, abundância e distribuição geográfica, além de dicas de cultivo de cada uma. É uma excelente fonte de pesquisa e também uma boa leitura. Como dicen los hermanos: Disfruta!
Abaixo confira exemplos de orquídeas encontradas tanto no Brasil como na Argentina: